Há muito que se esperava um título que pudesse trazer para a dimensão da música electrónica o património musical dos Balcãs. Vulgarmente chamada música cigana, a canção dos Roma foi trazida para a ribalta por Vera Bilá, muito popular em França, tendo criado uma presença reforçada com os sucessos de Emir Kusturiça and the No-Smoking Orchestra e Goran Bregović. As bandas sonoras lançadas por estes últimos, para os filmes Underground, Gato Preto Gato Branco, entre outros; criaram uma inesperada euforia, surpreendentemente não junto dos apreciadores de música mais ecléticos ou virados para a etnicidade, mas entre os jovens. Os ritmos desenfreados, os violenos bêbados, os metais rápidos, a estranha musicalidade, são factores de sobra para tornar a música romani uma banda sonora de festa, e de arromba.
Todo este sucesso ficou, claro, à mercê de alguém que pegasse nestas canções e as fundisse com estilos de música actuais, tal como fizeram os Gotan Project com o tango, os A Naifa com o fado, ou Talvin Singh com a música do punjabi. Balkan Beat Box é genial. Inserindo batidas UK Garage, Hip-hop, funk e até simples contratempos, dando ritmo a uma grande variedade de apontamentos da música étnica dos Balcãs, temperada aqui e ali, mesmo com guitarras eléctricas distorcidas. Não são esquecidos os violinos, os coros femininos em tom agudo, o vocalista acutilante, e, sobretudo, os metais electrizantes, que dão a estes Balkan Beat Box o verdadeiro direito de poderem fazer fusão. Uma fusão genial, melhor que a do Vegeta com o Songoku.
Website dos Balkan Beat Box
PS: Eu sei que este post foi uma seca, mas tive a escrever no meu blogue uma grande entrada, e fiquei sem imaginação para mais. Espero mais desenvolvimentos aqui. Beijinhos e abraços.
