Um ponto de encontro para todos os verdadeiros amantes da Música partilharem as suas paixões neste domínio. Esperam-se críticas construtivas e sugestões sobre os mais variados estilos musicais. Fomentem a ecletecidade...

Friday 27 April 2007

Ja que falámos em Balkan Beat Box: benvindos ao mundo da Essay Recordings


Conhecer uma editora é um caminho mais fácil para se conhecer o tabalho de várias bandas de uma vez. Há editoras para estilos específicos, mas há também aquelas que ultrapassam fronteiras, e esse é o espírito da alemã Essay Recordings. Congregando apenas oito bandas/artistas, a chancela da Essay Recordings tem a arte e o engenho de ter apenas... muito boa música. E não é só por ser boa, é uma espécie de missão de trazer para o gosto do auditório urbano o espírito da música étnica ou popular de uma determinada tradição de um país ou região. E tudo isto sem cair na tentação pura e dura da fusão com a electrónica, que às vezes se pode tornar um bocado forçada.

Tendo pregado a todos os leitores uma seca meio lírica com os "violinos cortantes" e as "vozes acutilantes" ou que era, com a entrada - sim, chamar-lhe "post" faz-nos uma certa espécie, já que já chega os marketeers com os estrangeirismos; chegamos a um cúmulo em que a festa desta semana no Lux, em Lisboa, era a festa da t-shirt "costumizada" e não "personalizada" que é bastante emigrantesco em Newark. Ui, já estávamos a fugir ao assunto. Prosseguindo, e resumindo, depois dos Balkan Beat Box (BBB), apresentamos aqui mais 4 dos artistas desta grande editora, que terão oportunidade de descobrir no site da Essay Recordings.

Mas do que já pudemos conhecer, sem ares de sabichão, podemos passar a descrever. Além, e dizendo outra vez, dos BBB, surgiu-nos então pela frente o trabalho de um tal Señor Coconut, que, ouvido na Rádio Oxigénio e apresentado por aquela gaja com voz arrogante, nunca se nos tinha afigurado o génio que realmente é. Então não é que sacámos, sim, pirateámos, um albúm que é feito de covers de Kraftwerk - para quem não conheça, os pioneiros da música electrónica à antiga, têm uns 30 anos para aí e estiveram no Sudoeste há uns anos - arranjadas em forma de música latina. Está lá o mambo, a rumba, a salsa e... Homecomputer, Tour de France, Robots, enfim, todos os êxitos de Kraftwerk maravilhosamente arranjados. Só faltava mesmo o Radioactivity e aquele do "She's a model and she's looking good" tan---tan tan-tan tan-tan tan-tannn tan-tannn. Vale a pena ver também o albúm "Yellow Fever", genial!

Seguem-se os Boom Pam. Um projecto muito engraçado vindo de Israel, no qual não é esquecida a sonoridade da música judaica, "klezmer", mas muito disfarçada por entre um original rock e alguma aceleração, por vezes com personalidade jazzística, mas, mas... É difícil classificar esta banda, que, como , já se percebeu, é norma da chancela da Essay Recordings, traz a música étnica para a linha da frente; e não forçosamente com samples espetados em batidas produzidas em computador.

Verdade é também, que uns senhores judeus chamados Amsterdam Klezmer Band vão estar em Vila Real a tocar dia 17 de Julho, e já cá estiveram o ano passado, também com concertos em Trás-os-Montes. Porquê Trás-os-Montes? Sabe-se lá, mas o que é certo é que esta big band, oriunda da Holanda, percebe mais de música cigana que o Lello. Pode parecer uma forma de No-Smoking Orchestra em versão mais "roots". Que não haja confusões. Uma rápida pesquisa internética facilmente faz saber que "klezmer" é a música dos judeus por excelência, que apesar das mesmas escalas menores naturais usadas pela música cigana ou dos balcãs, tem outra origem. A Amsterdam Klezmer Band toca música antiga, mas o "feeling" é bem moderno. Recomendável para quem espera uma tipo de "world music" a abrir.

E vá lá mais uma dos balcãs: Shantel Bucovina. É um dos co-fundadores da Essay Recordings, e uma autoridade no que diz respeito a música étnica que dá pica. É mesmo assim. Assina uma carreira notável como DJ de música cigana, animando as pistas de dança europeias "aborrecidas com a cansativa electrónica morna e uma cultura retrómana de pista de dança", como refere o site da Essay Recordings. É um novo estilo de batida sem Som Sistema, e com uma história de mil anos. O albúm de referência chama-se Shantel Bucovina Club, com dois volumes. Vale a pena.

E com estas descobertas esperamos encerrar a fase da música étnica cool do novo milénio, esperando que, para a próxima, já estejamos fora da fase do "cigano".

Boas músicas.

Thursday 26 April 2007

Sir...qui?

Um dos meus grupos de referência de momento. Nouvelle Vague. Fui ontem assistir ao concerto no Grand Rex, em Paris - comprem o cd que foi gravado em directo e ao vivo pois foi algo de fenomenal! Esta banda conta com várias vozes, quase todas femininas e que cantam à vez e por vezes em conjunto, e faz covers de títulos bastante badalados em jeito de bossa nova! Já conta com 3 albuns (só conheço os dois últimos mas o amazon diz que são 3!), e palpita-me que está para chegar um novo, foram vários os inéditos apresentados.

Mas a nota de destaque vai, sem dúvida, para a artista que fez a abertura do concerto...Sir Alice é, sem dúvida, uma revelação. Em todos os sentidos. Muitos sites a descrevem como "esquizofrénica" e a verdade é que no palco a senhora, francesa, parece completamente alucinada. Actua completamente sozinha, quase em lingerie. O estilo é bastante agressivo, electrónico, mas não deixa de ter uma sonoridade quase agradável. As letras ficam no ouvido "Do you want to marry me?" ou "Je vais être partous, je vais être dans le monde, je vais tous savoir!" mas acabou por ser vaiada do palco - o mundo, ou pelo menos os fãs de Nouvelle Vague, não estavam preparados...mas um conselho para os curiosos e ecléticos, vale a pena espreitar!

Thursday 19 April 2007

Nittin Sawhney - Beyond Skin

Fico-me mais uma vez pelos "clássicos". Foi-me apresentado pelo nosso co-autor Joaquim Torrinha, em tempos idos de erasmus, e merece destaque máximo. Por ser o que conheço melhor e talvez o mais exposto dos 7 albuns do grupo, o destaque vai para Beyond Skin. Os toques de música indiana são uma constante, e são várias as referências aos ataques e experiências com bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki e mais recentemente, na Índia. Nitin Sawhney, inglês, conta com a participação de várias vozes do mundo, incluindo uma brasileira, o que confere uma musicalidade única a todo o album e registos do grupo em geral. Immigrant e Nadia são um must...


Para mais informações, nada como o site oficial http://www.nitinsawhney.com/intro.html

Miss Saigon

Sem dúvida o meu musical preferido de sempre! Já fora de cena nas principais capitais do espectáculo, correu o mundo durante mais de 15 anos, reunindo sempre casa cheia. Esteve em Portugal por breves dias no ano passado, e promete ainda dar muito que falar. Algumas músicas saltaram do palco para outras lides, como Why God (lembrar-se-ão alguns que chegou mesmo a ser escolha de um dos concorrentes da Chuva de Estrelas, vão já longe os anos!) e todas as outras merecem referência pela brilhante interpretação quer dos cantores quer da orquestra. Passado nos anos da guerra do Vietname, em Saigão, relata a relação de um marine com uma “prostituta”, que engravida. Separados pela guerra, o marine refaz a sua vida ao lado de uma americana, enquanto que a “gueixa” corre mundo à procura do pai do filho, acabando por suicidar-se para garantir o futuro do filho ao lado do pai, em terras americanas. Retratados ainda vários pormenores e costumes da época, como os casamentos combinados entre primos ou ainda o ambiente em cabarets ou a realidade dos órfãos da guerra, é sem dúvida um musical de referência.Ouvido do princípio ao fim pode levar às lágrimas...

Wicked!

O nome é sugestivo e sem dúvida é um dos melhores musicais que ouvi nos últimos tempos. Escrever sobre música não será o meu forte, ainda mais quando se trata de um género tão específico como este, e onde mais do que comentar as vozes únicas e originalidade do enredo, tudo se resume apenas à existência de empatia inicial pela sonoridade. É o caso deste musical estreado em 2003, e que retrata os bastidores da história do Feiticeiro de Oz e de como duas amigas tão diferentes seguem caminhos opostos e se tornam na bruxa do Oeste e na bruxa boa. As vozes são bastante conhecidas no meio, mas merecem especial destaque por darem o toque de originalidade que lhe é inerente ao longo de toda a encenação. As letras são viciantes e ficam rapidamente no ouvido – para quem gosta do género é sem dúvida um musical a não perder! (Ainda não vi ao vivo mas a crítica, profissional e amadora, é avassaladoramente positiva!)

Thursday 12 April 2007

In new music we trust ;)

Boas,

Dá gosto ver este BLOG a tomar forma e tirar dividendos dos posts já colocados (já tenho o Balkan Beat Box a bombar…falta-me ouvir os The Go Team). Entretanto, tentei dar alguma vida ao layout do site mas convido-vos a fazerem melhor se tiverem tempo e engenho. De resto, este meu post vai ser ligeiramente diferente dos últimos porque vou incluir mais albums e também singles, por isso mesmo os meus reviews são mais sucintos. Ah…e perdoem-me por ter escolhido um ou outro tema mais comercial…é que eu tenho um problema…gosto muito de música…e sou eclético ;)

Os meus sons do momento (ALBUMS):

EM DESTAQUE:

Mika - Life In Cartoon Motion (Pop)

De todos, este é o album que quero destacar…apesar de provavelmente não ser um género consensual, este é oficialmente para mim, o melhor álbum do início deste ano. Tem a rara particularidade de eu gostar de todas as músicas, o que é um feito assinalável. Mas esse não será o único motivo…não será também indiferente o facto da sonoridade ser muito parecida, sem ser cópia foleira, com os Queen que são uma das minhas bandas de referência sem dúvida. Estará descoberto o novo Freddie Mercury? Bem, semelhanças não faltam. Se não vejamos:

- É persa

- Tem uns trejeitos esquisitos

- Nas letras das músicas fala de gajos que gostam de gajos

- Nas letras das músicas fala da mãe vezes sem conta

- Tem letras infantis vs perversas (ex: Sucking too hard on your lollipop…??)

- Usa palavras e termos estranhos (ex: Doom da da di da di Doom da da di da di)

- Usa voz de falsete 50% das vezes….

E no entanto, tal como o Freddie…é espectacular! Desculpem-me a imparcialidade, mas é a minha opinião. Os Queen são os Queen, e o Mika é o Mika. Estou certo que com o tempo vai conquistar o seu espaço no panorama musical. Preparem-se para ouvir um álbum com um cheirinho a “Radio Ga Ga” ou “I want to ride my bycicle”.

NOTA: 5 em 5


OUTROS ALBUMS

- Various Artists - We All Love Ennio Morricone (Instrumental \ Soundtrack)

Para quem conhece o Ennio Morricone e para quem não conhece este é um álbum imperdível. Imaginem as melhores composições deste artista como o “The Good The Bad and The Ugly” ou “The Mission” interpretadas por autores como Celine Dion, Quincy Jones, Bruce Springsteen. Metallica, Adrea Bocceli, Roger Waters ou a nossa Dulce Pontes…fantástico! Essencialmente música instrumental…

NOTA: 4,5 em 5

- Rodrigo y Gabriela - Rodrigo y Gabriela (Instrumental)

Tenho que agradecer ao André por esta pérola…À partida parece o nome de uma banda pimba qualquer, mas basta ouvirem 10seg da música deste duo para perceberem que “they mean business”. Música instrumental tipicamente sul-americana ao longo de todo o álbum, apenas com uma guitarra e um baixo. Estes dois mexicanos de origem, mas radicados na Irlanda prometem dar muito que falar. Um álbum a não perder para os apreciadores de música no geral…

NOTA: 4,5 em 5

- John Mayer – Continuum (Alternative \ Blues)

Muito bom, sobretudo se estiverem numa de relaxar. Música calminha mas harmoniosa e muito bem construída. Consigo ver um cheirinho de blues. O álbum é bastante equilibrado e as letras têm significado…um must have

NOTA: 4 em 5

Muse - Black Holes and Revelations (Alternative \ Rock)

Já não será um album assim tão recente quanto isso mas não quis deixar de o recomendar. Que a sonoridade dos Muse é explosiva isso já se sabe, mas com este álbum conseguem a proeza de apresentar estilos musicais completamente diferente misturados com o rock que é o denominador comum.

NOTA: 4 em 5


Os meus sons do momento (SINGLES):

- Bodyrox feat. Luciana - Yeah Yeah (Dance): Música de dança fabulosa…a rasgar! Só para apreciadores do género!

- David Vendetta - Love To Love You Baby (Dance): Fantástica e espectacular combinação de música de dança techno com o tema dos anos 70 da Donna Summer – I love to love you baby

- Kaiser Chiefs – Ruby (Alternative): Rock alternativo e actual…a música mais cantada no banho desde que cheguei ao UK ;)

- Paolo Nutini - New Shoes (Alternative): O raio do puto que vem da Escócia (apesar de não parecer pelo nome) passa quase todos os dias de manhã da na Radio 1…é grande malha!

- Breaking Benjamin – Breath (Rock): De vez em quando sabe bem ouvir uma boa “rockalhada”…bom mas bom!

- Lemar - Tick Tock (Easy listening): Adorável balada que parece ter sido importada directamente dos anos 50.

- Calvin Harris - Acceptable In The 80s (Pop): Uma música pop em jeito de dance com uma sequência sonora que não sai da cabeça

- Jamelia - Something About You (Pop): Pop britânico no seu melhor…bastante comercial…

- Timbaland feat. Nelly Furtado and Justin Timberlake - Give it to me (Hip-Hop): Como julgo que devem saber quem produz as músicas da Nelly Furtado e do Justin Timberlake é o Timbaland por isso não é de estranhar que de vez em quando apareça nos albums deste dois. Desta feita, juntaram-se os 3. A música é bastante agressiva, aliás como são os dois últimos álbuns destes dois artistas. No entanto para quem aprecia o género (como eu), é um grande som.

- Kelis feat. Cee-Lo - Lil Star (R&B): Não percebo como é q que a Kelis que ficou famosa pelas músicas de dança com uma sonoridade muito agressiva foi capaz de produzir esta obra-prima, mas a verdade é que é uma delícia.

Friday 6 April 2007

The Go! Team: equipa ganhadora

Estou apaixonado (e foi à primeira vista!!).
Pronto é verdade, só conheço como deve de ser um dos albuns deles, mas pelo que já consegui ouvir de outros trabalhos , acho que não vou sofrer de desilusões amorosas num futuro próximo.

Tem um som não categorizável (é uma misturada fantástica de "action theme songs, cheerleader chants, guitars and early hip-hop, with a hint of '70s funk"- viva a wikipédia por ajudar nesta missão dificil de classificar os the go! Team), mas que no fundo se reduz a boa onda (fantástica para ter numa festa), e sentimentos "up beat".

Sinceramente não consigo ser muito técnico quanto à música, simplesmente gosto (ou não), por isso neste caso e como não tou a ver assim nenhum grupo com uma sonoridade parecida para vos dar como referência, apenas posso aconselhar a fazer o download (legal pois claro.............................) e apreciar.
The Go! Team: espero que gostem.

PS- o site desta banda tem um grafismo bem catita, espreitem em http://www.thegoteam.co.uk/flash/GoKids.html